Cateteres de longa permanência para hemodiálise

Cateter de longa permanência semi-implantável (Permcath) é um cateter implantado em uma veia calibrosa em vasos da região cervical ou virilha.

Este cateter fica parcialmente inserido na pele por um túnel e parte exteriorizado, por isso denominado de semi-implantável. A principal função é permitir a hemodiálise, ou seja, procedimento de filtragem do sangue para os pacientes que apresentam insuficiência renal.

O implante do cateter de permcath é feito no centro cirúrgico do hospital com a anestesia local e sedação.

O acesso venoso cervical ou femoral (virilha) é realizado com ultrassom combinado com fluoroscopia (Raio-X) para avaliar o adequado posicionamento da ponta do cateter, maior rapidez e menos complicações.

O paciente normalmente recebe alta no mesmo dia e o cateter poder ser utilizado imediatamente.

Outra função desses cateteres é durante a aférese, ou seja, coleta de sangue do próprio paciente, que será submetido ao transplante de medula autólogo.

Implante duplo J percutâneo e nefrostomia

A drenagem das vias urinárias normalmente é realizada por via retrógrada por cistoscopia pelo urologista.

A inserção de um duplo J restaura a drenagem urinária fisiológica sem necessidade de um cateter externo. Porém, há situações que não é possível o implante de duplo J pela bexiga, principalmente em obstruções ou compressões do ureter por tumores pélvicos, tumores colo uterino, do útero, de ureter, bexiga, cálculos (“pedras”) ou inflamações crônicas decorrentes de fibroses (cicatrizes) pós radioterapia.

A inserção percutânea do duplo J é uma alternativa, com alta taxa de sucesso, porém pouco difundida.

Punção da pelve renal com agulha e injeção de contraste.

Estreitamento e dilatação dos ureteres com dificuldade de drenagem do contraste (setas vermelhas).

O procedimento consiste em punção do sistema coletor na pelve renal com uma agulha guiado por ultrassonografia e fluoroscopia (Raio-X) e injeção de contraste para avaliação da pelve renal, do ureter e identificação do local de obstrução ou estreitamento.

Após a injeção do contraste, é realizado o cateterismo do ureter até a bexiga com um fio guia. Sob esse fio guia é introduzido uma das extremidades do cateter duplo j até a bexiga e a outra extremidade na pelve renal, restabelecendo a drenagem fisiológica da urina.

Quando não é possível o implante de duplo J de forma percutânea ou pela bexiga, a alternativa é a nefrostomia, que consiste em inserir um dreno dentro do rim, por onde a urina possa sair.

Imagens dos duplo J implantados nos sistema urinário. Extremidade do duplo j na pelve renal (setas amarelas) e a outra extremidade do duplo j na bexiga (seta vermelha).

Ablação tumor renal

Ablação tumoral percutânea guiado por imagem é uma técnica em que uma agulha é posicionada no interior dos tumores guiado por tomografia computadorizada ou ultrassonografia.

Radiofrequência ou Microwave: Essa técnica utiliza o calor sendo que agulha de ablação é conectada a um gerador capaz de aquecer o tumor em torno de 80°C determinando necrose local e destruição das células tumorais, preservando os tecidos saudáveis adjacentes.

Crioablação: Na crioablação, a agulha gera no interior da lesão uma bola de gelo a baixíssimas temperaturas (da ordem de -140 C), que por meio de ciclos sucessivos de congelamento e descongelamento, promove a destruição das células tumorais, evitando que tecidos saudáveis adjacentes sejam afetados.

Para tumores com menos de 4,0 cm, os resultados das nefrectomias parciais são tão efetivos quanto os obtidos pela cirurgia radical, em termos de recorrência local.

Ressonância Magnética com nódulo suspeito em rim direito (células claras- seta vermelha)

Agulha de ablação por radiofrequência no interior do tumor guiado por tomografia.

Ablação percutânea é uma opção de tratamento local em pacientes que não são candidatos à cirurgia:

  • Pacientes com rim único, cujo comprometimento funcional requer a máxima preservação de tecido viável;
  • Pacientes com comorbidades clínicas que inviabilizem o procedimento cirúrgico;
  • Pacientes com predisposição ao desenvolvimento de múltiplos tumores renais;
  • Pacientes com restrições psicológicas a cirurgias invasivas;
  • Pacientes que se recusam a receber o tratamento cirúrgico convencional.
  • Pacientes com câncer renal associado a doenças sindrômicas que desenvolvem múltiplos tumores ao longo sua vida (Von Hippel-Lindau, Esclerose Tuberosa ou CCR papilares hereditários).

É uma técnica minimamente invasiva, segura, baixas taxas de complicações, tempo de internação reduzido, retorno a atividade diária precoce, pode ser repetido em casos de recidivas (aparecimento de novos tumores).

O procedimento pode ser realizado com anestesia geral ou anestesia local com sedação. Alguns pacientes podem apresentar febre baixa, desconforto local, fadiga e prostração por poucos dias, mas que são controladas com medicações

Independente do paciente, a discussão de cada caso deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar pelo radiologista intervencionista e oncologista, a fim de proporcionarem o melhor benefício para o paciente. O procedimento deve ser realizado por um radiologista intervencionista com treinamento na técnica e com titulação pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE).

Tomografia de controle após tratamento com necrose tumoral (seta vermelha).

Alcoolização de cistos renais

Cistos renais simples são considerados benignos (Bosniak I) são lesões arredondadas com conteúdo líquido sem causa definida. Geralmente são detectados durante exames rotineiros de imagem, pois a maioria não causa sintomas. Cistos volumosos podem apresentar dor lombar (nas costas ou lateral do abdome), febre (em casos de infecção associada) ou até mesmo dor no abdome).

A maioria dos cistos renais simples não requer tratamento, mas seguimento com especialista. Uma das opções de tratamento minimamente invasiva é a alcoolização de cistos renais. Os pacientes submetidos a este procedimento são aqueles com cistos benignos (Bosniak I) sintomáticos (lombalgia sem outra causa identificável ou hidronefrose por compressão do sistema coletor).

A técnica consiste na punção do cisto orientada por imagem com introdução de um cateter, esvaziamento do cisto e posterior injeção de etanol 95%.

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